quarta-feira, 8 de agosto de 2012

estou clamando pela vida, estou sim

Vem correndo pra cá, que o sol mal pode esperar pra se abrir para nós. Não se perca, não se esqueça de mim, eu não me esqueço nunca. Pois os morangos e chocolates esperam por nós, e logo logo não serão mais de nenhuma utilidade. Traga consigo mesmo um bloco de notas, é só disso que a gente precisa. Para que possamos rabiscar todos os nossos sonhos e desejos futuros, mesmo que inconcebíveis, eu não me importo - eles são uma espécie de elixir para viver. Não preciso de fotografias, ah não, pois o passado permanece. Mesmo que minha memória não seja tão boa, aliás, mesmo que ela seja toda borrada e congestionada, sei que em algum lugar guardo todas essas lembranças de sábados de sol ou até mesmo daquele agosto tão chuvoso que um dia já fiz questão de apagar. E hoje, pensando melhor, sei que não devo apagar nada. Nenhuma lembrança ruim, porque agora eu entendo, elas são parte de mim, elas são eu, eu sou elas, e eu as aceito inteiramente. Trago comigo também algumas preces, pequenas, incertas e tímidas. Preces para minha família, para sua também e para todos os nossos amores. Trago comigo as sombras de todas as pessoas que já cruzaram por mim, que hoje já não pertencem mais à minha realidade. Trago todos os livros que já li e esqueci, todos os lugares em que já pisei, todos os prazeres de que já desfrutei. Temos muito a conversar. Sabe o que mais eu tenho? Um Pochi. Não precisa dizer mais nada, não é? Venha logo.

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